quinta-feira, 11 de agosto de 2011

FUNDAMENTOS DO CANTO TÉCNICO (PARTE 1)

Introdução
            Cantar. Desde que nascemos, vivemos envoltos em um universo de sons e que, devido às nossas habilidades cognitivas, aprendemos a interpretar em nosso dia a dia; é de impressionar como um bebê consegue explorar de forma tão magistral os aspectos de suas emissões sonoras. Mesmo sendo tão frágil e pequenino; o som de um choro de bebê, por exemplo, pode atingir intensidades relativamente incríveis visto que o recém-nascido não tem, evidentemente, nenhum conhecimento inato de emissão de som, mas mesmo assim domina magistralmente respiração, emissão, intensidade, altura etc. A realidade é que quando nascemos estamos ainda dotados de instintos de sobrevivência e usamos ao máximo nosso potencial para alcançar nosso objetivo maior que é permanecer vivo: a prova é que bebês conseguem nadar muito bem nas primeiras semanas de vida. Porém, com o decorrer de nosso desenvolvimento, perdemos as nossas aptidões naturais. Com a emissão de um som otimizado não é diferente: a psicodinâmica vocal de cada um é “distorcida”; alguns aspectos de nosso desenvolvimento vocal são suprimidos frente às experiências pessoais da vida e só se recuperam mediante trabalho sério e minucioso.
            Antes de qualquer consideração a se fazer a respeito do canto técnico (que não deve ser desprezado por qualquer grupo vocal que seja, pois não é privilégio de cantores operísticos) é interessante se fazer um estudo a respeito das estruturas e processos do canto, que será o nosso principal objetivo nesta etapa.

Os três processos do canto
            Imagine o sistema envolvido pela produção do canto como se fosse um violão. Este instrumento é excelente na exemplificação de como se dá a transformação de elementos bióticos e abióticos em som.
            Um violão (instrumento de hexacórdico friccionado), dependendo do dedilhar de suas cordas para a produção do som. Este dedilhar é a força motriz deste som e representa, nos processos do canto, o processo da respiração, que é o uso do ar para fazer tocante as vibrações através de dois sub-processos: inspiração e expiração. Já as cordas de um violão, ao vibrarem, realizam o segundo processo, que é a produção do som. Porém, se pegarmos cordas de violão e as esticarmos em um espaço isolado para então tentarmos tocá-las, elas até vibrarão: esta vibração poderá até gerar impressão no ar mas, devido à pequena superfície de propagação do som que estas cordas apresentam, o som não será percebido tão facilmente pelo ouvido humano; portanto, se elas repousarem de forma racional sobre uma caixa acústica eficiente que funcione como potencializadora da impressão destas vibrações o som encontra respaldo de propagação e enfim se faz audível: e é este o terceiro e último processo: a amplificação do som.

As três estruturas do canto
            A pergunta a se fazer é a seguinte: se cada processo tem um nome (respiração, produção e amplificação) e se compara a uma ação no violão (dedilhado, vibração e potencialização) agora só falta saber qual a estrutura física correspondente a cada processo.
            Temos no violão um dedilhar que é a força motriz da produção do som: esta força motriz no canto é correspondente à estrutura dos pulmões (massa inerte) e aparelho costo-diafragmático (músculos intercostais e diafragma). Já as cordas do violão que vibram e produzem o som correspondem à estrutura das pregas vocais. E finalmente, o tampo do violão (que torna possível a percepção do som por aumento da área de ressonância corresponde à estrutura do aparelho de ressonância (laringe, faringe, boca, nariz, e também, os sinos de ressonância localizados na frontalidade do crânio).

O processo do canto
            Pois bem. O processo do canto pode ser assim descrito para uma visão global de cada aspecto do que acontece passo a passo:
            Primeiro, o ar entra nos pulmões (inspiração) ao se abaixar a cúpula do diafragma que está na base deste órgão; ao entrar o ar pela laringe e abaixar do maxilar, os pilares da voz se elevam e posicionam para dar respaldo à futura firmeza na saída do som; ao chegar aos pulmões, o ar preenche as cavidades deste órgão e termina por provocar sua dilatação, empurrando as costelas flutuantes (chamadas falsas costelas) e deixando todo o sistema dilatado para o maior espaço possível para o ar estar preparado (pois é o ar a força motriz do canto, e o canto precisa de muito ar). Assim, este “caminho” formado pela passagem de ar é chamado de coluna de ar, pois é realmente uma coluna de material gasoso que circula de forma contínua aí.
            Segundo, o ar sai dos pulmões em um movimento coordenado pelos músculos do aparelho costo-diafragmático e controlado por eles (lembrando: os pulmões não têm músculos para controlar entrada e saída do ar, mas o diafragma e intercostais sim), fazendo o caminho inverso passando pelas dilatações provocadas até a laringe, onde se depara com as pregas vocais e por movimentos vibratórios ao passar por estas produz a fonação, que nada mais é que um som sem qualquer semelhança com vogal, consoante ou som de voz humana (até mais parecido com o som de um motor de carro ou aqueles “besourinhos” que as crianças fazem com os lábios): o que dá a elaboração de som humano é o trabalho de dois fatores dinâmicos tipicamente modificados pela cultura humana: a impedância labial (o uso dos lábios) e a impedância palatal (o uso da língua), pois é aí que surgem vogais, consoantes e combinações que dão comunicabilidade aos sons.
            Terceiro, ainda concomitante, ou seja, ao mesmo tempo que a produção do som se dá, do topo da glote até a área do foco da voz (área frontal entre os olhos, que é a média dos sinos de ressonância da face) ocorre a amplificação do som cantado, que consegue aí o aumento da área de propagação do som e então a adição dos chamados harmônicos, através do encontro da fonação com o cone formado pela traqueia, cavidades das fossas nasais, seios frontais, etmoidais, esfenoidias, paranasais, temporais e maxilares. Podemos até chamar o conjunto de ressonadores.
Nos sons de natureza aguda, esta emissão é em ângulo de cerca de 70º [ou seja, uma diagonal entre o topo da glote e o foco da voz descrevendo uma parábola (curva)] que termina por resultar em uma voz coberta, compensando a existência de excessivo metal (som como que “enlatado”, ou seja, fanhoso) na projeção do som. Já nos de natureza de extremo grave, a voz quase não tem cobertura para as pessoas de voz mais aguda, sendo um recurso muito usado por vários baixos de quarteto a supressão de cobertura, concentrando a voz em área bastante metálica para graves mais claros, pois metal usado de forma adequada confere brilho à voz. Enfim, o som é expelido, em sua maior parte, por via bucal, mas também em uma minoria por via nasal.

terça-feira, 26 de abril de 2011

COMO INICIAR (BEM) UM GRUPO DE QUARTETO VOCAL

Introdução
Como se pode observar, um quarteto de vozes que desejam louvar ao Senhor é, a priori, composto por vozes solistas, mas, acima de tudo, por crentes que têm em seus corações a vontade de engrandecer O Altíssimo com o mais lapidado e sofisticado tipo de grupo vocal. Para que esta formação seja a mais duradoura possível, alguns cuidados são necessários para que não se torne uma constante “dor de cabeça” a convivência entre os componentes, assim como a sua articulação interna.
Desta forma, enumeramos aqui tópicos relevantes acerca deste tema: compilação que é o produto de experiências do dia a dia associadas a uma pesquisa mais elaborada com especialistas.

1 Formação Técnica
            Nem sempre é possível se ter músicos profissionais em um quarteto de vozes em cada igrejinha de bairro, mas é essencial que ao menos o líder tenha razoáveis conhecimentos de teoria musical (dentre estes algo sobre história da música sacra Negro Spiritual sempre é bom), solfejo, harmonia, um tanto de improvisação jazzística (fica difícil se não se conhece nada sobre Blues e outros aspectos comuns à raiz desse estilo de base negra), técnica vocal (não aquele bobo “besourinho” e “volaturinhas” mas sim um conhecimento razoável de morfologia vocal e psicodinâmica vocal, temas que trataremos logo adiante) e rudimentos de liderança (é improvável que um vento esteja a favor de um barco que não sabe aonde quer chegar já que o velejador se deixa dirigir por sua própria embarcação). Amados, o crente deve ser EXCELÊNCIA em tudo o que faz (já dizia a Bispa Ana Lúcia Rodovalho da Igreja Sara Nossa Terra): Louvar ao Senhor Deus e dizer que Ele recebe o que for desde que seja de coração é, no mínimo, mediocridade para com aquele que deseja de nós o MELHOR que possamos fazer: lembrem-se de que muitos por aí se especializam sem remuneração alguma só pelo prazer no que fazem, como é o caso de muitos que sabem nunca poder alcançar a fama com o que escolheram fazer mas o fazem com esmero e dedicação, e por que nós não faríamos pelo que nos deu VIDA, e VIDA com ABUNDÂNCIA?

2 A Escolha dos Componentes
            Inicialmente, é comum se pensar em formar o grupo com irmãos de maior afinidade pessoal, mas, deve-se lembrar que alguns requisitos são importantes ao realizar seleção para esta empreitada difícil. Levemos em consideração quatro aspectos básicos:
Testemunho – “Uma árvore se conhece pelos seus frutos”, já dizia o Mestre Jesus. Decorre de uma vida pautada na Palavra de Deus bênçãos que não se conseguem por maior que seja o esforço sobre a Terra. Como Noé faria a Arca sozinho? Porventura poderia Moisés enfrentar o faraó do Egito com um simples cajado e um porta voz? Elias conseguiria vencer os profetas de Baal somente com a sua retórica? Daniel e seus companheiros dariam exemplo a um reino inteiro só por um comportamento medíocre igual ao dos outros do lugar? Evidente é que não. Jovens (ou não tão jovens) de oração são bem vindos: procure os de comportamento reto e dos quais venha a se orgulhar, se esquivando sempre dos que não trariam contribuição alguma para o grupo: dê predileção aos compromissados com as atividades do templo e não com os murmuradores. Mas, caso haja um murmurador que se enquadre nos próximos requisitos, faça um teste! Pode ser que a rebeldia seja pura falta de oportunidade.
Capacidade – Após cotar os de testemunho ou de potencial, é o momento de afunilar para os que reúnam alguns requisitos no sentido da capacidade, pois basicamente o quarteto é formado por vozes solistas. Falamos aqui de dois aspectos. O primeiro é a morfologia vocal, onde se separará cada voz conforme a competência por se estender o registro vocal nos graves e agudos: os baixos devem ser de voz bastante metálica, mas com uma certa possibilidade de “aveludamento” e, evidentemente, bastante graves (chegando, se possível, ao dó) e sem necessidade alguma (pelo menos de início) de dominar bem sua extensão aguda (algo a se trabalhar ao longo do canto uníssono, que é mais difícil de cantar que o dividido, ao contrário do que muitos pensam); já o barítono é pura capacidade de harmonização e aveludamento: consideramos pois a voz mais difícil de se cantar em termos de desenho musical uma vez que pode ser bem diverso do desenho das demais vozes por “cobrir buracos” da harmonia, de modo que este naipe deve ser assumido por um componente capaz de cantar melodias complexas com segurança e também que esteja disposto a trabalhar extensão relativamente maior (em número de notas do registro) que qualquer companheiro; o 2º tenor tem a voz das mais características de solo, uma vez que normalmente comporta a melodia principal da peça: a peculiaridade neste caso, é um domínio de sua capacidade de intérprete do que se canta, valorizando e enriquecendo o que se tornaria bem monótono se fosse cantado de forma automatizada; já o 1º tenor representa a incisão e o brilho (pelo menos em predominância) que se exige no efeito da música como um todo, de modo que é sempre ocupado por um indivíduo de voz das mais leves e ligeiras possíveis, com um robusto potencial de ataque nos grandes agudos, às vezes só se diferenciando do 2º tenor pelo maior metal que comporta.O segundo é a possibilidade do canto em conjunto, coisa que nem todo solista é capaz de fazer: já passamos por muita coisa desse tipo, onde o solista conseguia cantar bastante bem individualmente, mas não tinha noção de conjunto e desafinava em grupo, porém esta ideia de conjunto não é condição sine qua non para se cantar em quarteto caso o regente do grupo seja bom e paciente, tendo em si mesmo capacidade de identificar essa deficiência do futuro componente e ensinar o caminho certo. O terceiro e último é o conhecimento técnico, pois tendo reunido em seus candidatos aqueles que se destacam pelos dois anteriores, prefira também que seja ele conhecedor do que faz: pense que em uma entrevista de emprego para um trabalho meramente técnico e que tenha uma pessoa de nível técnico e outra de nível superior muitas vezes um psicólogo escolhe a de nível superior não pelo conhecimento, mas pelo interesse de ir  mais adiante no aprofundamento do seu ramo de atuação podendo contribuir mais para a corporação.
Talento – Pois é: quarteto não é para todos, mas para quem quer e busca com afinco. Porém, de início, quanto mais talento melhor. Não perder de vista que este talento do qual se fala é, stricto sensu, o que o dicionário fala sobre o tal: “talento sm 2. Dom natural ou adquirido (extraído do Aurélio Escolar)”. É você observar a forma como naturalmente algumas pessoas parecem ter intimidade inata com o microfone e o público, coisa que não se aprende fácil em academia alguma, visto que as faculdades formam muitos cantores bacharéis que não têm esse “clic” que alguns têm como algo autóctone.
Interesse – Também levado “pelo pé da palavra”, podendo ser substituído por Compromisso. Caso o líder encontre alguém assim, interessado e ao menos dono de um dos outros três, já está meio caminho andado para o bom andamento de seu grupo vocal.

3 Rotina de Atividades
3.1 Repertório Inicial
            Escolhida a formação primordial do quarteto, chega a hora da escolha do repertório. Será sempre interessante não começar com muitos solos e optar por hinos de formato mais “quadrado” (harmonias em terças, quintas e oitavas) ou mesmo mais breves em geral, fugindo o quanto possível de hinos muito elaborados. Começar com hinos complexos leva tempo e fatiga os ensaios, além de criar expectativas muito grandes a respeito do dia de “estreia”. Aqui damos algumas dicas de hinos bem interessantes para começar: Avante Eu Vou (H.C. 310 arranjo para quarteto); Breve Jesus Voltará (Arautos do Rei, Se Ele Não For o Primeiro); O Sabão (Athus, Acappella Collection); Tu Tens de Estar Pronto (Grupo Integração); O Amor Que Pode Tudo (Kades Singers adaptado de Athus, O Amor Que Pode Tudo); Eu Vou Ao Lar (Arautos do Rei, Se Ele Não For o Primeiro).
            A grande dica é sempre ter o demonstrativo original para estudar a propriedade de cada voz no hino. Os play-backs só devem ser incluídos após alguns ensaios de sonoridade, pois só influenciam ao dar o tom inicial e na velocidade, mas nunca deve se deixar de ensaiar com o instrumental quando estiver perto de cantar, pois é essencial a identificação com o tempo do autor: jamais fugir disso, pois o contrário é fatal.
            Mais algumas dicas de repertório e mesmo sua progressão podem ser conseguidas no site do 4 tons, que já está na guia de nossos links.
3.2 Ensaios
            Sempre é preciso orar antes de qualquer ensaio. É bom lembrar que o Dono da obra, o que nos dá até a vontade de louvar se alegra daqueles que se apresentam a Ele e sabem que não é para autopromoção que se louva a Deus em quarteto ou órgão algum (pelo menos é o que deve ser...). Primeiro louve, depois agradeça a estada ali (já é uma GRANDE bênção ter quatro solistas juntos) e então peça a Ele por cada componente em particular (suas famílias, angústias e vidas) e também para que não se envaideçam desta obra (este grupo é muito visado e de resultado rápido, ocasionando muitos “elogios” que devem ser administrados com sabedoria e cautela), pois o homem semeia, mas a Palavra diz que “o crescimento vem de Deus”.
A rotina inicial de ensaios deve ser intensa: trabalhos iniciais de respiração, vocalização (se preciso) e formação de acordes (essencial). Tenha sempre uma ou duas músicas um pouco difíceis para ensaiar como “estudo” (a dificuldade vai “forçar” o cérebro dos componentes para que eles estejam mais “ligados” no trabalho de conjunto): um.a dica de estudo legal que trabalha afinação, respiração, controle e conjunto é Calma, Mansa, Serena (Arautos do Rei, Acapella).
            Procure ao menos dois dias na semana para ensaiar e nunca deixe de fazer, fazendo mudança dos dias se preciso mas não deixando o grupo longe por mais de quatro dias (a mente perde a noção de unidade depois disso).
            Comece a ensaiar e, se possível, ensaie partes do começo ao fim e não menos que três músicas ou partes por ensaio (o cérebro “cansa” se recebe a mesma tarefa repetidas vezes e cauteriza o erro, melhor será deixar ele processar a melodia no subconsciente, passando à outra música). Caso se erre, não pare sempre: faz parte e, pelo menos, se pega o tempo e a noção de partes com os “links” delas entre si.
3.3 Saídas do Grupo
Louvar a Deus através deste estilo é sempre boa novidade nas igrejas do Brasil, mesmo nos templos matriz das denominações (até para os Adventistas do Sétimo Dia). Vejamos algumas normas de etiqueta a se seguir:
Acompanhantes – Normalmente é comum os membros de quartetos terem esposas, filhos ou namoradas à tira colo, mas é preciso levar em consideração o princípio do bom senso: nem sempre a congregação pode arcar com a família inteira. Às vezes é preciso entender que os irmãos só podem pagar pelo translado do grupo, ou seja, a “plateia” ficará em casa. Sempre é bom lembrar aos que acompanham o grupo que se trata da Obra do Senhor e não de um “passeio” a outro templo. Ordem e decência são essenciais características de um cristão que anela por prestar culto racional a Deus.
Montagem de Som – Ao chegar ao templo, cumprimentos essenciais com humildade cristã (por mais conhecidos que sejam) devem ser dados aos principais e daí se procede passagem do som. Nunca deixar testes de sonoridade para última hora: eleger hinos de teste de som que possam ser usados sempre, melhorando dia a dia a equalização fora de casa (congregação da qual o grupo faz parte).
Plano “B” – Mesmo quando o som estiver bom e o play-back funcionar na hora da passagem de som, é sempre bom ter um “ás na manga”. Suba ao púlpito com um ou dois hinos a capela já em mente e bem ensaiados, pois garantimos (por anos de experiência) que o que puder dar errado dará e o que não se imagina dar errado mais ainda. Tentou, não deu... respira-se fundo, sopra-se o diapasão, dá-se as alturas devidas e... vamos assim mesmo!
3.4 Compartilhamento de Material
            Humildade e cooperação: como este grupo normalmente é formado por entusiastas das igrejas e não por ordem ministerial específica que obrigue a se formar quartetos, é normal que cada encontro de quartetos, seja oficial ou ocasional, torne-se um momento de confraternização geral, mesmo quando há pequenas “rivalidades” sadias até certo ponto. Desse modo, torna-se essencial a troca não só de números de telefones para convites ou contatos futuros, mas também de favores em nome da diversificação do repertório de cada um.
            Vou contar fato curioso: certa noite, um de nossos componentes estava cantando em um outro quarteto que não o nosso, porém bem mais conhecido e tradicional. Lá na igreja, um coral masculino (que também tem membros de quarteto) cantou um hino muito interessante que já conhecíamos, mas do qual não tínhamos partitura. O dirigente do quarteto famoso, através da sua amizade com o outro dirigente do coral, conseguiu a partitura. O nosso componente e o dirigente do quarteto famoso levaram a partitura até a sua casa do nosso componente e fizeram cópia para nosso quarteto e o quarteto famoso; porém, o dirigente do quarteto famoso disse ao nosso componente: “– O dirigente do coral disse que esta partitura é preciosa e não deve ser entregue a muitos grupos: portanto, não dê esta partitura para nenhum grupo a mais.”. Nosso componente até entendeu, mas, na mesma noite, ao acessar a internet como de costume, terminou por encontrar o álbum completo de partituras do qual esta “preciosa” fazia parte, já em alta definição e pronta para ser baixada (e foi o que ele fez: baixou tudo).
            O que vai ser diferencial no grupo com relação aos outros não é estar de posse de material raro (partituras, play-backs, demonstrativos, vídeos etc.), mas sim a qualidade do trabalho vocal esmerado em busca da perfeição sonora e da riqueza no improviso e adaptações essenciais à interpretação de peças para quarteto. Em suma: divida material, pois amanhã dividirão com você também, sem dúvida.
            Se você e seu grupo são já bons de canto, procurem se integrar tanto a novos grupos como a grupos tradicionais, pois não se sabe no futuro de qual deles se precisará mais. Às vezes grupos novos podem fornecer material vocal que pode ser incorporado ao seu, uma vez que a rotatividade de componentes pode ser fatal para seu grupo. Esteja atento às mudanças.

terça-feira, 12 de abril de 2011

SELEÇÕES VÍDEOS DE EXTREMOS GRAVES

            Paz, amados. Se você é baixo e se acha realmente dono de um registro vocal descendente privilegiado, faça comparações com estes moços aqui...

JD Sumner (Blessed Assurance)

Basso Profondo

Bass Singers and Low Notes 1

Bass Singers an Low Notes 2

Bass Singers and Low Notes 3

Ária de Osmin

Nic Val

Tim Storms (That Lonesome Road)

SELEÇÕES VÍDEOS DE QUARTETOS INTERNACIONAIS

            Que Deus esteja no coração dos amados em Cristo. Também é sempre bom ver o que se produz lá fora no tocante ao tema quarteto. Temos aqui coletânea bem interessante de alguns dos mais famosos para nós no Brasil.

ACAPPELLA
            Desde o começo da década de 1980 que este grupo vem ano a ano desbravando os caminhos dos limites que a voz humana masculina pode alçar no canto em conjunto. Vejam aí!!

I Feel Good

Criminal on The Cross

Lead Me to Rest

Everybody Said

Roll Jordan


GAITHER VOCAL BAND
             O grupo de Bill Gaither é apreciado por vários quartetos no Brasil inteiro e em várias denominações, sejam elas Assembleia de Deus, adventistas do Sétimo Dia, Presbiterianas ou mesmo Metodistas e Batistas. Até mesmo os mais renomados quartetos e grupos já gravaram pelo menos meia dúzia das músicas deste ministério de louvor. Qualquer semelhança com algo quevocês já ouviram não é mera coincidência!


Alpha and Omega

There Is a River

My Lord an I

Jesus Loves Me

Better Day

He Touched Me

Low Down The Chariot

In That Great Day Gettin' Up Morning


THE CATHEDRALS
             Também referência para vários quartetos, este grupo norte-americano já produziu bastantes frutos.


Wonderful Grace Of Jesus

This Old House

Trying to Get a Glimpse


JD SUMNER AND THE STAMPS QUARTET
             Aqui temos o inigualável JD Sumner ao lado de seus companheiros em alguns vídeos de fazer inveja, mesmo sem a definição acústica de que atualmente dispomos.

Wayfaring Stranger

Sweet, Sweet Spirit

Kneel At The Cross

God Still Lives In This Old House

Give The World a Smile


segunda-feira, 11 de abril de 2011

SELEÇÕES VÍDEOS DE QUARTETOS BRASILEIROS

           Graça e Paz estejam com todos. Aqui se encontram vídeos especialmente escolhidos por nossa equipe que retratam bem o que gostamos de cantar em nosso Templo. esperamos que também agrade aos amados que agora vão visualizar este material.

ARAUTOS DO REI
            Esta é nossa seleção pessoal de hinos dos Arautos do Rei. Abraço aos nossos irmãos Adventistas do Sétimo Dia!

 
Breve Jesus voltará (Prefixo 96)

Eu sei de Um Rio

Calma, Mansa, Serena

O Céu É Jesus

Vou ao Lar

Eu Não Sou Mais Eu

Chegou a Hora

Se Ele Não For o Primeiro

Vale a Pena Esperar

 
O Dia Enfim Chegou

 
Discípulo do Amor


GILEADE
            Um dos quartetos de maior projeção no cenário gospel da Assembleia de Deus em Goiás (GO): o já consagradíssimo Gileade!


Aleluia de Haendel


Eu Vou à Sião

Louvai com Alegria

O Amor É Excelente

Celebrai


ATHUS
               Quarteto bastante admirado formado no seio da Unasp (Universidade Adventista de São Paulo), o Athus é referência e tradição no gênero.

O Amor que Pode Tudo


O Rapaz Davi

Elias


Cante Agora

Novo Quodlibet

ALFA
            Este é como o grupo Fat Family: um "negócio de família". O sangue que corre nas veias ser o mesmo é requisito necessário para ser do grupo. a pena é que um deles, há alguns anos, se juntou aO Criador, mas algum tempo após foi substituído por figura feminina. Vejamos alguns bons vídeos deles...

Céu, Céu


Você Vai Rir


Go Down, Moses

Livre!


VOX
             Quarteto relativamente novo no cenário nacional, o Quarteto Vox já tem lugar garantido na estante dos que apreciam um trabalho à altura dos Arautos do Rei, inclusive ao lembrar que o próprio Társis Iraídes (2º tenor dos Arautos que já tivemos o prazer de conhecer pessoalmente) fez presença marcante no CD A Cappella.Vale a pena clicar aqui!

Acalme Meus Passos

Venha Descobrir

Lá no Céu Há um Lugar

Santuário em Mim





domingo, 10 de abril de 2011

CUIDADOS COM A VOZ

          Paz, amados amigos e irmãos. Aqui vão algumas coisas coletadas ao longo do tempo com cantores profissionais, doutores em canto, fonoaudiólogos e mesmo experiências próprias para com o trato do aparelho fonador:

1-            Evite cantar/falar quando não estiver em boas condições vocais (gripado, rouco etc.). As lesões se acumulam ao longo de crises de garganta e são como uma bola de neve sobre o trato vocal. Também evite, mesmo quando sadio (a), cantar/falar em lugares de competição sonora;
2-            Jamais submeta seu trato vocal a choques térmicos (água gelada após café, café quente demais, água muito gelada, sopas excessivamente quentes etc.). Estas práticas tornam as paredes das cordas vocais sensíveis e desprotegidas da sua mucosa natural;
3-            As pastilhas/sprays/gargarejos de ervas devem ser deixados para depois dos esforços vocais e jamais antes. Estes produtos costumam “sedar” o aparelho fonador, não permitindo ao cantor sentir seu próprio esforço vocal, permitindo que o mesmo ultrapasse seus limites ao cantar;
4-            Os produtos de gengibre devem ser ministrados com cautela. O princípio ativo que parece “cicatrizar” as lesões da garganta é muito agressivo à mucosa das paredes do sistema fonador como um todo, diminuindo, inclusive, a agilidade do aparelho vocal também;
5-            Corte os gargarejos de vinagre com sal: desidratam as paredes da laringe, faringe e esôfago;
6-            Durma bem. A sua voz costuma refletir uma noite mal dormida através da diminuição acentuada do “pitch” (um tipo de ressonância), acarretando menor agilidade e leveza nas regiões agudas da voz, ou seja, nada de músicas rápidas e de altura considerável;
7-            O melhor presente para as cordas vocais que estão sadias é a manutenção de sua umidade. Beba muita água mesmo que em pequenos goles ao longo do dia. Um corpo hidratado pode facilmente ser percebido, pois o termômetro da hidratação é a urina transparente (bom sinal);
8-            Evite comer alimentos muito carregados de doce antes de cantar. Eles costumam “melecar” muito as cordas vocais, o que dificulta a execução precisa das músicas;
9-            Também não é recomendável a um cantor ingerir alimentos excessivamente condimentados, pelo menos antes de dormir. Este hábito, que por si só já é não recomendado pelos médicos em geral, leva ao estômago (que é um invólucro de ácido sulfúrico) substâncias altamente reagentes que podem complicar a digestão noturna (a madrugada não é a melhor hora para o estômago trabalhar na digestão), gerando, ao longo da noite, séries de refluxos gastresofágicos, as famosas “azias”, que consistem em gases e líquidos que sobem garganta acima no meio da madrugada, trazendo prejuízo à voz pela manhã, na forma de ardências aparentemente inexplicáveis se somente se levar em consideração o que se erra de dia;
10-        Ao consumir frutas antes de cantar/falar excessivamente, prefira aquelas que reagem com a saliva, deixando-a menos espessa. Tenha por exemplo a maçã, a pêra, as uvas, a melancia, o jambo e similares. Evite as frutas ácidas neste momento (laranjas, tangerinas, abacaxis etc.);
11-        Siga sempre as recomendações da equipe que trabalha efetivamente com canto e distúrbios da voz, evitando opiniões e receitas de amadores. Ao sentir deficiências no uso de sua voz, comunique imediatamente ao profissional do canto mais próximo;
12-        Procure se ouvir e educar seu canto/fala. Vá ao encontro de aulas sobre canto com pessoas de real conhecimento sobre canto/fala.

“Louvai ao Senhor e invocai o Seu Nome; fazei conhecidas as Suas obras entre os povos. Cantai-Lhe, cantai-Lhe salmos; falai de todas as Suas maravilhas” (Sl. 105:01-02).